Imagem: www.demdigest.org |
A derrota não significa uma vitória final do conservadorismo, longe disso. É apenas mais um dos grandes fracassos dos modelos estatistas-socialistas, que quase sempre terminam por gerar miséria e revolta popular. É mais um episódio similar aos que ocorreram no Leste Europeu no fim do império soviético, nos últimos anos da década de 80. As medidas econômicas do governo Kirchner levaram à população à revolta e fortaleceram a oposição, da mesma forma que a catástrofe econômica chavista levou o povo venezuelano a votar na alternativa democrática. O Brasil passa por situação similar.
Apesar dos enormes esforços propagandísticos feitos por Dilma Rousseff, não foi possível esconder os graves problemas econômicos acumulados em três mandatos petistas. Os gastos desenfreados e o virtual abandono das políticas que estabilizaram a economia brasileira na década de 1990 apenas trouxeram de volta ao jogo os velhos problemas que afligiam a população: inflação, desemprego e, finalmente, estagnação da economia (fato que o governo havia insistentemente negado, mas que a realidade simplesmente não permite esconder). Os levantes populares vistos em 2015 são, com toda a evidência, similares aos identificados nos países "bolivarianos" vizinhos - são demonstrações de irritação de leitores indignados com o caos econômico provocado pela má-administração - e, no caso brasileiro, também por uma desavergonhada corrupção, em praticamente todos os níveis do governo.
Resta saber por quanto tempo os governos socialistas vão conseguir se manter na América Latina, ou se talvez vão conseguir manter alguns bastiões do aparentemente fragilizado projeto do Foro de São Paulo. A América Latina pode estar vendo ou o início de mais uma "revolução de 1989" ou uma trágica repetição da primavera de praga - caso o sistema bolivariano decida colocar as garras de fora, que, aliás, já foram amplamente usadas pelo chavismo, sem qualquer pudor, até mesmo diante do público, à luz dos holofotes, como ocorrido no recente episódio com o líder oposicionista Luíz Manuel Díaz. O governo chavista afirma que a morte foi decorrente de um conflito interno entre a oposição, que já foi acusada de "sabotadora" pelo sucessor de Chávez. O regime venezuelano não é o primeiro usar a expressão, e com certeza não seria o primeiro a assassinar um opositor. Resta, para os povos da América Latina, saber se o continente está diante dos "ventos da mudança", ou se está apenas ouvindo o ronco dos motores dos tanques, em um eco do desastre na Praça da Paz Celestial.
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