A justiça da República Bolivariana da Venezuela retirou de seus mandatos três deputados oposicionistas ao regime de Nicolás Maduro, em um ato que foi qualificado como um "golpe judicial" pelos movimentos contrários ao governo socialista. A suspensão temporária dos mandatos ocorreu nesta quarta-feira, dia 30, e foi motivada por um amparo cautelar em um estado do sul do país (Amazonas), inviabilizando a formação de uma maioria parlamentar capaz de criar obstáculos para a concentração de poder colocada em prática pelo PSUV - Partido Socialista Unido da Venezuela, o partido do ex-líder Hugo Chávez, e um dois maiores partidos integrantes do Foro de São Paulo.
Imagem: elpuntocritico.com |
A decisão de suspender os mandatos oposicionistas foi tomada pelo Tribunal Supremo de Justiça do país, e o recurso que levou ao caso foi impetrado pelo partido governante. A oposição venezuelana denunciou o ocorrido à Organização dos Estados Americanos, à ONU e à União Europeia - o "golpe judicial" foi tomado após as declarações de Nicolás Maduro a respeito de uma possível derrota nas eleições parlamentares: o presidente afirmou que tomaria medidas contra a oposição, inclusive ações militares. Ainda em dezembro, Maduro declarou que "os militares, homens e mulheres, devem estar preparados para lutar" até mesmo uma "guerra não-convencional contra a burguesia que quer tomar o poder". O chavista entende a ascensão dos movimentos de contestação como uma "ameaça à soberania nacional".
Nicolás Maduro ficou conhecido internacionalmente por sua brutalidade após as manifestações contra seu governo, no ano de 2014. Após a morte de Hugo Chávez e em um período de grave crise econômica e de crescimento dos índices de violência urbana, ativistas foram às ruas da república bolivariana contra o PSUV, e foram recebidos com violência policial que resultou em mais de 40 mortes, 800 feridos e mais de 2.000 presos. A vilência contra a oposição na Venezuela já foi denunciada pela organização para defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, e recebeu críticas de representantes de partidos de oposição de nações vizinhas, inclusive do Brasil. Maduro governa o país desde 2013, e o partido socialista de Hugo Chávez está no poder desde 2.000 - em uma década e meia no poder, o movimento de esquerda levou a Venezuela a ter a maior inflação do mundo.
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