quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Joaquim Levy prepara saída do Ministério da Fazenda

Imagem: IG
Apesar de entrevista concedida à Globo News, na qual declarou permanecer na chefia do Ministério da Fazenda, Joaquim Levy sinalizou para o governo Dilma que se afastará no ano que vem, e que "não participará da primeira reunião do Conselho Monetário Nacional de 2016". A decisão é motivada pela grave crise econômica pela qual passa o país, pela meta fiscal para 2016 - assim como pela desconsideração da sugestão feita pelo ministro de uma meta de 0,7% do superávit primário. O governo Dilma não se dispôs a realizar os cortes necessários para alcançar a sugestão de Levy porque seria necessário reduzir recursos para o programa Bolsa Família, principal arma propagandística da administração petista.

O ministro teria argumentado que a meta deveria ser cumprida independentemente do programa governamental, e que a presiência de Dilma estaria "se escondendo" atrás do Bolsa Família para não realizar as reduções de gastos necessárias. Dilma Rousseff também afirmou que o atual ministro da fazenda está próximo ao fim do mandato, o que sugere mudanças na abordagem para controlar a crise no próximo ano. A presidente sinalizou que, ao invés de fomentar cortes no gastos governamentais, a política oficial será de ampliação de impostos, inclusive com o retorno da CPMF, que deverá retornar até julho do ano que vem.

Joaquim Levy foi criticado desde os primeiros dias na chefia do Ministério da Fazenda por suas medidas liberais, como os cortes de gastos do governo, afetado por um grande endividamento interno e externo. Levy resistiu às críticas até o momento, mas a posição do ministro se mostra cada vez mais tendente à abandonar o governo Dilma - quando do rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência Fitch, o economista não fez qualquer pronunciamento oficial. A situação do país, afetado por crescente desemprego e retração da indústria, além de uma taxa de inflação que é o dobro da registrada em 2008 - era, então, próxima a 5%, enquanto hoje tende a superar os 10% no fim do ano - se agrava ainda mais com o afastamento do ministro, que poderia tomar as medidas necessárias para regular a situação fiscal do Estado brasileiro.

Investidores sinalizam que o Brasil, além de todos os problemas já mencionados, também continuará a sofrer até que seja resolvida o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A aceitação do pedido de impeachment provocou uma onda de otimismo no primeiro dia após o evento, na Bolsa de Valores de São Paulo, todavia, agora o mercado sinaliza que a instabilidade política  criada pela fraqueza da presidência desestimula os investimentos. A situação é, em grande medida, o contrário do que se passa na Argentina, onde a nova administração sinaliza estímulos à produção industrial e agrícola. Em uma situação muito mais sensível do que a do vizinho Mauricio Macri, Dilma deverá encontrar um sucessor à altura de Joaquim Levy em 2016, e também terá de batalhar contra uma crescente rejeição popular, que será alimentada pelo aumento da carga tributária

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