segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Países da Europa Oriental irão criar "linha de defesa dupla" contra entrada em massa de refugiados

Em oposiçao à política oficial de Angela Merkel, um grupo de nações da Europa Central e Oriental - incluindo Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Polônia - está planejando estabelecer uma "segunda linha de defesa" de fronteiras, destinada a impedir a entrada em massa de refugiados oriundos dos países conflagrados pela guerra de expansão do grupo terrorista Estado Islâmico - a notícia foi divulgada pelo veículo de comunicação norte-americano Breitbart. O novo sistema de defesa dos territórios europeus será colocado nas áreas entre as fronteiras da Bulgária e da Macedônia com a Grécia, porque, segundo os líderes leste-europeus, "a Grécia está se mostrando incapaz de proteger a Europa, em sua fronteira sul, da entrada de milhares de refugiados vindos do Iraque e da Síria". A medida tem por objetivo prevenir a infiltração de soldados do Estado Islâmico em território europeu ou ainda ondas de crimes como os realizados por refugiados durante das festas de fim de ano, na Alemanha.
Hungria: país já reforçou fronteiras contra entrada em massa
de refugiados do Oriente Médio
Imagem: Middle-East Eye

A proposta de estabelecer a "segunda linha de defesa" foi realizada pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban. O estadista acredita que o reforço das fronteiras com a Grécia irá cortar a principal rota usada pelos refugiados para ingresso nos países mais visados, durante a atual crise - para ele, a Grécia não tem condições de administrar o problema. O plano gerou controvérsia porque irá efetivamente retirar a Grécia do espaço Schengen - a região dentro do continente europeu, incluindo 26 países, nos quais é possível ingressar sem necessidade de passaporte. Ainda conforme o site Breitbart, essa área foi uma das conquistas mais celebradas pela União Europeia. 

O portal ressalta que o grupo formado pelas nações da Europa Oriental que fazem oposição à imigração maciça e sem regulamentação "oferece um risco para os planos de Angela Merkel de assentar os refugiados nos países do continente". Para Vit Dostal, integrante do think-tank Associação para Assuntos Internacionais, sediado em Praga, República Tcheca, "o plano de construir uma nova 'linha de defesa da Europa' nas fronteiras da Macedônia e da Bulgária com a Grécia é a principal iniciativa do grupo oriental, e uma tentativa de estabelecer essas nações do leste como uma força política dentro da União Europeia".

As discussões sobre o estabelecimento da "linha de defesa" serão conduzidas com o presidente Gjorge Ivanov, da Macedônia, e com o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov - a Macedônia havia colocado uma primeira barreira adicional em novembro, e já começou a construir mais uma, paralela. O governo polonês ofereceu integrantes das forças policiais para garantir a segurança da fronteira. O líder húngaro Viktor Orban afirmou que "se dependesse  deste grupo de nações, essas fronteiras estariam seguras a muito tempo. Não é a primeira vez na História em que a Europa está indefesa, na fronteira sul, e é nela que devemos garantir a segurança do continente".

A decisão de reforço nas fronteiras, que parte dos países do Leste Europeu, surge poucos dias depois das notícias de mais uma onda de crimes na Alemanha, desta vez, nas festividades de natal - o número de ocorrências de delitos, incluindo crimes sexuais e estupros, foi quatro vezes maior em 2016, em comparação com 2015. O chefe de uma das principais agências de seguranças governamentais da Alemanha, Hans-Georg Maassen, declarou que recebeu, pessoalmente, "mais de cem notícias sobre infiltração de soldados do Estado Islâmico no país".
Viktor Orban: líder Húngaro quer formar bloco de oposição à política oficial da União Europeia e de Angela Merkel. Líder
argumenta a favor da proteção da fronteira sul da Europa
Imagem: Ibtimes

Para Miloš Zeman, presidente da República Tcheca, "é impossível integrar os refugiados à Europa", em decorrência da diferença de hábitos e do sectarismo religioso, que por vezes é abraçado como ideologia até mesmo por pessoas que ingressam em território europeu. O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, possui opinião similar à de Zeman - o país chegou a discutir autorizar apenas a entrada de refugiados de religião cristã.







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