quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Documentário - "Why Beauty Matters"

"Why Beauty Matters" é um excelente documentário do autor conservador britânico Roger Scruton sobre a concepção clássica de arte, e sobre a deformação modernista do conceito. Scrutton consegue, através desse relato crítico, que possui pouco menos de uma hora, provar que fez o mais eficiente trabalho de iconoclastia da década de 2000 contra os luminares do pós-modernismo artístico e de seus antecessores "proletkult".

O modernismo trouxe ao mundo a versão artística do projeto socialista: em suas interpretações fascistas ou comunistas, a arte se tornou escrava da visão megalomaníaca dos grandes partidos. O partido de Lenin foi servido por Maiakóvski - homem que desfez a poesia e o desenho em nome da agitprop. O poeta russo transformou a arte no mais baixo kitsch, na porcaria industrializada com uma função definida e controlada pelo chicote do tirano - "mas o fez em nome dos mais elevados ideais". Marinetti serviu com grande afinco e propósito idêntico - o fez, todavia, para o partido do ex-ícone do Partido Socialista Italiano, o senhor Mussolini. Na Rússia, na Itália e no resto do mundo, a arte foi usurpada por bandidos profissionais, pela infinitude de "Raskolnikovs" do século sangrento, cada um deles absolutamente convencido de que a destruição da saúde estética seria realizada em nome do paraíso, aqui e agora, prometido pela fé metastática. O paraíso nunca chegou - restaram apenas os cadáveres e as ruínas dos campos da morte na Rússia e em uma infinitude de nações - mas a arte tornou-se prostituta.

Scruton mostra, sem qualquer medo das carinhas de desgosto da escória que se imagina a "liderança iluminada" da raça humana, o que foi feito da beleza em nome do "futuro" - o mesmo que se mostra e se mostrará apenas desilusão, se o caminho para ele for trilhado sobre o pavimento das doces palavras da revolução. Lenin, uma vez, disse a Gorki as seguintes palavras sobre a intelectualidade russa, majoritariamente socialista-científica ou anarquista: "querido Máximo, os intelectuais não são a alma da sociedade. Eles são o lixo." Com elegância desconhecida pelo discípulo de Tchernichevski, o autor britânico demonstra precisamente a mesma coisa. Os mesmos ideólogos que escravizaram metade do planeta foram responsáveis por arruinar qualquer concepção de beleza que os filhos das próximas gerações poderiam ter.

Roger Scruton é um autor que ajuda a entender por que motivo o conservadorismo é, necessariamente, uma forma rebelde de ver o mundo. A tradição, o rigor e a beleza são um protesto contra a mediocridade e a feiura. A disciplina é a revolta contra o culto do fracasso e da miséria intelectual e moral. O que os homens da "agitprop" mais temem é a humilhação em público: o homem-massa não tem forças para o combate individual, onde necessariamente enfrentará exposto o inimigo - quando confrontado com a beleza, com a superioridade moral e intelectual, o parasita se contorce de terror. A esquerda odeia Roger Scruton porque, de fato, o autor não descreve apenas a arte: ele descreve a alma de cada um dos "homens-movimento", e ela é tão corrompida quanto o cadáver putrefato de seus mentores.



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