De acordo com notícia publicada na última sexta-feira pelo veículo de comunicação norte-americano World Net Daily, o maior serviço de inteligência do governo da Alemanha, o BfV (ou Bundesamt für Verfassungsschutz, Bureau Federal para Proteção da Constituição) alertou a imprensa sobre a infiltração de soldados do Estado Islâmico no país durante o ingresso de mais de um milhão de refugiados sírios permitido por Angela Merkel, em 2015. O presidente do serviço de inteligência, Hans-Georg Maassen, afirmou em entrevista à rede de televisão ZDF, publicada também pela agência Reuters, que "nós observamos repetidas vezes este padrão: os extremistas entraram 'camuflados' ou disfarçados como refugiados. Estamos tentando verificar se uma quantidade ainda maior conseguiu se infiltrar".
Hans-Georg Maassen Imagem: Focus |
Conforme o WND, o comentário de Maassen à imprensa foi dado um dia após a prisão de dois homens algerianos suspeitos de terem sido treinados pelo Estado Islâmico para a realização de ataques terroristas. A polícia ainda teria encontrado mais dois indivíduos suspeitos de ligação com atividades terroristas, mas eles não foram detidos. O site jornalístico informa que "a polícia alemã está sendo sobrecarregada com informações sobre crimes cometidos pelos refugiados dos países islâmicos - a onda de crimes cometidos no ano novo em cidades como Colônia, Bielefeld, Stuttgart, Hamburgo e Frankfurt contribui para o estado de alerta". Segundo o veículo de comunicação, Maassen teria confessado, sobre o atual quadro, que "ataques sexuais em massa ainda não são o pior que os cidadãos da Alemanha podem esperar: o chefe da força de segurança disse ao jornal Berliner Zeitung que recebeu, pessoalmente, mais de 100 informações sobre terroristas entre os refugiados".
Hans-Georg Maassen ainda teria afirmado: "nós estamos em uma situação séria, e há um risco grave de ataques, em breve. Mas as agências de segurança, os serviços de inteligência e as autoridades policiais estão em estado de alerta e nosso objetivo atual é minimizar os riscos, o máximo que pudermos". O World Net Daily alega, todavia, que a população não entende o quadro como "sob controle" das autoridades - a população alemã estaria comprando grandes quantidades de spray de pimenta, armas defensivas e armas especializadas, como sinalizadores. O site de notícias publica também um testemunho concedido por um comerciante de armas da Vestfália à rede de televisão Deutsche Welle, em 27 de janeiro: "as pessoas não estão mais se sentindo seguras - caso contrário, não estariam comprando tantos produtos aqui" - segundo o WND, a demanda está provocando escassez de ítens de segurança.
O alerta feito pelo presidente da mais importante agência de segurança alemã não foi o único emitido recentemente pelas forças de segurança de países europeus - em dezembro do ano passado, a Suíça redobrou a vigilância próxima a áreas visadas pelos extremistas, como as sinagogas, depois do surgimento da suspeita de ataques a serem cometidos por soldados do Estado Islâmico infiltrados como refugiados. O jornal suíço Le Temps informou sobre a existência de uma rede de militantes da organização em atividade também no Canadá e nos Estados Unidos.
O ISIS lançou, nas últimas semanas, um vídeo no qual celebrava os indivíduos responsáveis pelo massacre de Paris, cometido em 2015. Na peça de propaganda, a organização pedia que seus simpatizantes realizassem ataques aos "kufr" (infiéis) com "armas, carros ou pedras", na Europa. O video, divulgado através da Al-Hayat Media, veículo de comunicação oficial do Estado Islâmico, pedia especificamente por novos ataques contra os habitantes da cidade de Paris, e retratava os assassinos que executaram o último atentado como "heróis de filmes de ação".
Leia mais sobre o último vídeo de propaganda do ISIS
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