segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Vídeo de propaganda do ISIS celebra terroristas de Paris e pede que militantes realizem novos ataques no Ocidente

Um novo vídeo de propaganda divulgado pela organização terrorista Estado Islâmico convoca os militantes a realizarem novos ataques contra os infíéis "na cidade de Paris", "onde os infiéis estiverem". A mensagem foi veiculada através da Al-Hayat Media, grupo de comunicação pertencente ao ISIS - o clipe teve a participação de 8 assassinos responsáveis pelo atentado a Paris ocorrido no final de 2015, que tirou as vidas de 130 pessoas e deixou mais de 350 feridos. 

O portal de notícias World Net Daily informa que "no vídeo, os indivíduos que cometeram os ataques são mostrados como 'heróis de filmes de ação'". A peça de propaganda também exibe os criminosos "executando prisioneiros do Estado Islâmico através de decapitações ou de fuzilamentos. O nome da campanha é 'matem-nos onde estiverem'. A principal mensagem que o grupo pretende passar com esse vídeo é para os simpatizantes do movimento fundamentalista: que realizem mais assassinatos como 'lobos solitários' [situações onde indivíduos fazem toda a ação terrorista, sem a coordenação direta de uma rede maior de extremistas] na França ou em outros países do Ocidente, como o Reino Unido".

Abu Qital Al-Faransi, um dos assassinos responsáveis pelo massacre de Paris. O militante do califado aparece no vídeo,
convocando fiéis a ações armadas contra o Ocidente.
Imagem: Daily Mirror

O site do jornal britânico Daily Mirror também realizou cobertura sobre a atual provocação do grupo terrorista, e noticia que a organização pede "'àqueles que estão em Paris e ainda se dizem muçulmanos: por Allah, eu me pergunto o que vocês estão fazendo aí? Nós estamos sendo mortos todos os dias e vocês estão sentados sem fazer nada, vivendo entre eles, dormindo entre eles, com esses kufr [infiéis], enquanto está ao seu alcance mostrar a sua honra e cuspir nos rostos deles - se vocês não conseguem encontrar uma arma, esmaguem as cabeças deles com pedras, ou atropelem-nos com carros'". O Estado Islâmico ainda afirmou: "todo aquele que permanece nas hostes dos kufr será um alvo para nossas espadas e cairá em humilhação".

No ano de 2015, ao menos três ataques importantes foram realizados por indivíduos ligados ao ISIS em países ocidentais: os atentados de novembro, em Paris, o atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro - que deixou 12 mortos e 11 feridos - e o atentado de San Bernardino, na Califórnia, em dezembro, onde um casal ligado ao grupo extremista matou 14 pessoas e deixou 22 feridos. O casal contou com o apoio de mais indivíduos ligados a uma célula terrorista em operação nos Estados Unidos - a administração Obama havia sido alertada sobre os riscos de uma ação dos fundamentalistas, mas impediu investigações sobre suspeitos integrantes da mesquisa à qual o casal frequentava. O governo federal dos EUA chegou a afastar de serviço um oficial da Homeland Security que avisou o Congresso a respeito dos riscos de um ataque. Integrantes do mesmo grupo envolvido no massacre na Califórnia foram presos por planejar atentado a uma base americana no Afeganistão. Serviços de inteligência dos Estados Unidos também divulgaram informações a autoridades da Europa e do Canadá sobre riscos de novas agressões terroristas, conforme o jornal Toronto Star. 

O diário Daily Mirror acrescenta, sobre o atual vídeo de propaganda, que a organização fundamentalista diz "levar as facas para mais perto das gargantas dos infiéis, a cada dia. Por Allah, nós iremos até vocês com matança". A mensagem de agitprop é publicada em um momento no qual o Estado Islâmico sofre pesadas baixas em decorrência da entrada da Rússia no conflito - a intervenção devolveu cidades Sírias ao controle do ditador Bashar Al-Assad, limitando a expansão do califado.



O Daily Mail publicou, em sua página, trechos do vídeo de propaganda do ISIS no qual militantes do grupo convocam muçulmanos a realizarem ataques contra cidadãos franceses. O vídeo comemora a ação de atiradores extremistas, que deixou mais de cem mortos, em 2015:



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