segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Racionamento de energia leva centros comerciais venezuelanos a abrirem apenas 4 horas por dia

De acordo com matéria publicada hoje pela rede de comunicação britânica BBC, a atual crise está forçando lojas a funcionarem apenas metade do expediente, na Venezuela - o funcionamento por 4 horas por dia tornaria possível atender às exigências de racionamento impostas pelo governo bolivariano, que alega criar as limitações em decorrência de problemas ambientais. A restrição, na opinião dos lojistas, irá levar à redução de empregos e à piora da situação econômica venezuelana, já fragilizada - a situação da disponibilidade de energia também deverá afetar outros setores, uma vez que a companhia estatal responsável pela eletricidade anunciou interrupções diárias do fornecimento. A notícia também foi publicada pelo portal Free Republic.
Fila para entrada em loja, na Venezuela
Imagem: Reuters

Conforme a notícia veiculada pela BBC, "o funcionamento pela metade do expediente permitirá às lojas se adequarem ao racionamento imposto pelo Estado. O governo informou que uma grande seca provocada pelo El Niño levou reservatórios de 18 hidrelétricas venezuelanas a níveis perigosamente baixos, o que justifica a política oficial de cortes. Na opinião de um dos representantes da associação dos varejistas, a redução da horas de atividade levará à redução de empregos - a empresa estatal responsável pela energia elétrica determinou cortes no fornecimento duas vezes por dia, entre uma e três da tarde e, novamente, entre as sete e as nove da noite".

Respondendo ao sistema de dois cortes diários oferecido pelo governo, um representante da associação dos varejistas venezuelanos (Cavececo) propôs a ideia de "abrir as lojas mais tarde, ao meio-dia, e fechar às sete, economizando cinco horas de uso diário de eletricidade". O governo, conforme a agência de notícias britânica, ainda não respondeu à proposta.

A BBC informa que "o corte da eletricidade à noite ou o fim do expediente no começo da noite são duas propostas que irão ter um impacto enorme nos negócios". Conforme Mleidys Galves, funcionário de uma pizzaria no shopping center Líder, de Caracas, "é justamente à noite que as lojas têm picos de circulação de clientes, quando as pessoas saem para comer". Para a BBC, o sistema de turnos - que será eliminado com a redução drástica das horas de atividade - terá fim, e afetará 75% dos postos de trabalho no comércio. O governo está solicitando cortes não apenas às empresas: residências também deverão ser incluídas no sistema de racionamento (de água). 

A rede de comunicação norte-americana CNN aponta que a economia venezuelana está "se desfazendo". No dia 20 de janeiro, o site do veículo apontou, em reportagem, que a economia do país chefiado por Nicolás Maduro encolheu 7,1% no terceiro trimestre de 2016. Foi o sétimo trimestre de atrofiamento consecutivo, desde 2014. No final de setembro de 2015, a inflação chegou a 141%, e o aumento nos preços tende a se agravar com a queda na produtividade trazida pela crise energética. Conforme a avaliação do Fundo Monetário Internacional, a inflação poderá chegar ao nível de 204% no final de 2016.

Crise de desabastecimento na Venezuela - país criou limitações para compras em mercados, Crise econômica agora afetará varejistas - até 75% da força de trabalho poderá ser atingida pela redução no período de trabalho
Imagem: Forbes
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