segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Facebook censura árabes ateus, livres-pensadores ou críticos do extremismo religioso

A rede social Facebook está tirando do ar páginas organizadas por árabes ateus ou que de alguma forma façam oposição ao extremismo religioso - entre os endereços que foram derrubados recentemente pela rede de Mark Zuckerberg, estão o grupo "Arab Atheist Network", excluído pelo Facebook em 17 de fevereiro de 2016, que contava com mais de 23.500 membros, e o grupo "Arab Atheist Forum and Network", que possuía mais de 9.200 integrantes. A notícia sobre a política de censura aplicada pela rede social foi divulgada no site jornalístico Pamela Geller, ontem, dia 21.
Imagem: Jornal GGN

Conforme o portal de notícias, "o Facebook [com essa campanha] está apenas servindo aos interesses os extremistas ou supremacistas islâmicos. Eu [Pamela Geller] recebo inúmeros emails de muçulmanos que vivem em países de maioria muçulmana, mas que gostariam de deixar a religião, mas têm medo de serem descobertos". Em locais onde a interpretação mais rigorosa da lei maometana é colocada em prática, como nas regiões conquistadas pelo auto-proclamado "califado" do Estado Islâmico, a punição para a apostasia - o abandono da fé - é a morte. "Os muçulmanos me procuram pedindo conselhos sobre o que fazer e pedindo ajuda".

O site publicou, na mesma reportagem, uma mensagem de uma das organizações de proteção aos muçulmanos que têm o desejo de abandonar a religião, o Conselho de Ex-Muçulmanos do Reino Unido (CEMB): "Querida Pamela - Árabes que gostariam de deixar o islamismo pedem a sua ajuda. Nós somos milhares de livres-pensadores e ex-muçulmanos, e ainda vivemos no Oriente Médio. Nós deixamos a religião após estudos e depois de passarmos por nossas experiências, mas não podemos sequer falar sobre isso em nossos países em decorrência das leis locais e das ameaças de extremistas. Nós estamos expostos à pena de morte por decapitação, conforme a lei seguida pelos fundamentalistas. As redes sociais são a única forma de sentir-se vivo e livre aqui, de obter conhecimento e de cultivar esperanças de estar em uma situação melhor".

A carta prossegue: "mas os fundamentalistas não nos deixam em paz: eles criam grupos com milhares de integrantes para denunciar nossas páginas e perfis em massa, para que sejamos tirados do ar. Infelizmente, o Facebook tem respondido positivamente aos extremistas - dez dos nossos maiores grupos foram fechados, e muitas outras contas foram tiradas do ar. Nós estamos pedindo às vozes livres do mundo que nos ajudem e nos apoiem fazendo pressão para que o Facebook pare de exercer perseguição intelectual contra nós".

A rede social de Mark Zuckerberg foi acusada, em matéria publicada no site de notícias World Net Daily, no dia sete de janeiro, de aplicar política de censura a postagens entendidas como críticas à política de Angela Merkel referente aos refugiados do conflito criado pelo Estado Islâmico, na Síria. O governo alemão classificou as críticas como "discurso de ódio", e chegou a aplicar multas de até 325 euros aos autores das publicações. No último dia 17, um homem foi preso, na Escócia, por fazer críticas similares à política do governo britânico. Um dos responsáveis pela rede social na Europa, Richard Allan, afirmou que "formas bem específicas de expressão podem ser consideradas como 'discurso de ódio'".

Mark Zuckerberg é criticado pela colunista Pamela Geller, do site jornalístico Breitbart: jornalista afirma que empresário
serve aos interesses do fundamentalismo religioso, através de sua política de censura aos árabes ateus.
Imagem: David Paul Morris / Bloomberg / Getty Images



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