domingo, 10 de abril de 2016

Ministro do exterior do Irã afirma que novos testes com mísseis balísticos ocorrerão sem possibilidade de negociações

Mohamad Javad Zarif, Ministro do Exterior do Irã, afirmou que "programa de desenvolvimento de mísseis balísticos não
será negociado"
Imagem: The Times of Israel
Mohamad Javad Zarif, Ministro do Exterior do Irã, declarou neste domingo que a república islâmica não irá entrar em negociações sobre seu programa de desenvolvimento de mísseis balísticos, e que os testes com as armas capazes de transportar ogivas nucleares continuarão. A notícia sobre o pronunciamento do representante da teocracia foi publicada hoje pelo site de notícias norte-americano The Blaze.

Conforme o veículo de comunicação, "o Ministro de Estado do regime fundamentalista afirmou que o programa de desenvolvimento de mísseis balísticos de seu país não será colocado sob a influência de negociações com a comunidade internacional, e não serão admitidas quaisquer restrições ao projeto, baseadas em acordos - a decisão do governo iraniano foi levada a público pouco depois da realização de um discurso pelo Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que sugeriu a disposição do governo americano para iniciar 'mais negociações' com a república islâmica, a respeito dos testes com os mísseis".

O Ministro de Estado Mohamad Javad Zarif assegurou que "o programa de desenvolvimento de mísseis balísticos e das capacidades defensivas da República Islâmica do Irã não poderá ser negociado, e, caso os Estados Unidos realmente estejam interessados em uma discussão séria sobre 'assuntos de defesa' no Oriente Médio, será necessário acabar com a ajuda militar oferecida pela potência ocidental a Israel e à Arábia Saudita". O governo iraniano já sugeriu, através de pronunciamentos de seus principais líderes - incluindo do aiatolá Ali Khamenei - que "o Estado de Israel será destruído". A regime é acusado de financiar o grupo antissemita Hezbollah, que atua no levante. O Irã, por sua vez, acusa o governo americano de fornecer apoio bélico à Arábia Saudita e, através dela, ao grupo extremista Estado Islâmico.

Segundo o site jornalístico The Blaze, os comentários de Mohamad Javad Zarif foram feitos durante "coletiva de imprensa proferida em conjunto com a Ministra do Exterior da Estônia, Marina Kaljurand. O pronunciamento pode ser visto como uma resposta ao discurso realizado por John Kerry, na última quinta-feira: o representante do governo dos Estados Unidos afirmou que 'os EUA e seus aliados no Golfo Pérsico estão unido em oposição ao programa de mísseis balísticos do Irã' e que 'o governo americano está disposto a iniciar uma nova série de acordos'" com o objetivo de impedir a criação das armas com capacidade de transporte de ogivas nucleares.

O veículo de comunicação iraniano Press TV informou que "Zarif assegurou que as 'capacidades defensivas' da república islâmica foram excluídas de quaisquer acordos". No último mês, conforme a reportagem do The Blaze, o governo iraniano realizou, de forma bem-sucedida, testes com mísseis balísticos - a Guarda Revolucionária do regime teocrático alega que as armas possuem um alcance de 870 milhas (1400 quilômetros), e que foram especificamente desenvolvidas para uso contra Israel.

No dia 4 de abril, o site jornalístico norte-americano Breitbart divulgou a declaração feita em tom de ameaça por um dos mais importantes generais da República Islâmica do Irã, Massoud Jazzayeri, a respeito do programa de mísseis balísticos: conforme o militar, "a tentativa de impedir o programa de mísseis balísticos será vista como a violação de uma 'linha vermelha' [de um limite último a ser tolerado pelo regime teocrático]". O comandante de tropas avisou: "é melhor que [os EUA] não tentem fazê-lo". Ainda de acordo com o veículo de comunicação, as armas com capacidade de transporte de ogivas nucleares desenvolvidas pelo Irã já teriam potencial de atingir grandes centros urbanos israelenses, como Tel Aviv e Jerusalém, a partir do território da teocracia.

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