domingo, 3 de abril de 2016

Sérvia devolve propriedades de judeus perseguidos pelo governo alemão durante o Holocausto

Conforme notícia publicada hoje no site jornalístico Breitbart, o governo da Sérvia aprovou uma lei determinando a devolução da propriedade tomada dos judeus durante a invasão alemã aos Bálcãs, durante a Segunda Guerra Mundial - com a expansão do exército nazista, muitas casas de famílias judaicas foram roubadas e, com o fim da guerra, distribuídas entre novos moradores durante o regime comunista iugoslavo. A decisão histórica do governo sérvio foi noticiada também pelo portal Ynetnews.
Aleksandar Lebl, um dos poucos sobreviventes sérvios do
Holocausto, beneficiado pela nova lei
Imagem: Youtube
De acordo com a reportagem divulgada pelo Breitbart, "milhares de judeus sérvios foram roubados e assassinados, terminando completamente desprovidos de bens ou de seus lares originais, desapropriados pelo regime nazista ou por seu estado-marionete nos Bálcãs. Após a derrota da Alemanha no conflito, as propriedades não foram devolvidas - foram confiscadas e redistribuídas pelo Estado comunista de Tito".

O site de notícias Ynetnews informa que "mais de sete décadas após os roubos, o governo sérvio finalmente decidiu passar uma lei de reparação para sua agora pequena comunidade judaica, depois da incorporação feita pelo regime socialista. A lei é uma das primeiras desse tipo a serem aprovadas na Europa Oriental - intitulada 'lei da restituição da propriedade', a medida validada em fevereiro irá garantir a devolução das casas tomadas pela ocupação nazista à comunidade judaica local. As medidas incluirão auxílio financeiro à comunidade, para condução de iniciativas de educação, combate ao antissemitismo e preservação das vítimas do Holocausto, até mesmo por meio de assistência ao pequeno número de sobreviventes sérvios do genocídio arquitetado pelo regime nacional-socialista".

Segundo o Ynetnews, "até a primavera de 1942, mais de 80% dos judeus sérvios já haviam sido assassinados no morticínio de escala industrial, e os invasores nazistas declararam que 'o país estava livre de judeus'. Em 2016, décadas após o crime, menos de 1000 judeus ainda vivem dentro das fronteiras da Sérvia. Aleksandar Lebl, um dos sobreviventes sérvios do Holocausto, declara que 'o governo chegou a tentar devolver as casas, após a derrota da Alemanha, mas não sobrou praticamente ninguém para recebê-las" - muitos entre os judeus dos Bálcãs perderam suas vidas sob o sistema criado pelo socialismo nacionalista de Hitler.

Aleksandar Lebl acrescenta: "a comunidade judaica nunca se recuperou, porque as perdas em vidas humanas foram grandes demais. Eu só tomei consciência da extensão da matança ao voltar da guerra... A lista de pessoas é bem grande, entre 20 e 30 pessoas da minha família foram assassinadas". Lebl tem 93 anos, e será um dos poucos sobreviventes que receberão ajuda através da nova lei de auxílio aos testemunhas do episódio que foi um dos maiores genocídios do século XX. 


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