quinta-feira, 14 de abril de 2016

Estado Islâmico destrói parte de cidade milenar da civilização assíria

"Portão de Adad", destruído pelo grupo Estado Islâmico. Partes do patrimônio histórico iraquiano foram vendidas na Síria
por soldados do 'califado'
Imagem: Wikimedia Commons / Biblioteca da Universidade de Cambridge / Friedberg
O grupo terrorista Estado Islâmico destruiu parte de uma fortificação pertencente à uma cidade milenar da antiga civilização assíria, na região de Mossul - terceira maior área urbana do Iraque. O grupo teria demolido a estrutura conhecida como o "Portão de Adad", que integrava o setor norte da muralha da antiga cidade de Nínive, que foi capturada pelos assírios no século XIV a.C.. A notícia sobre o ato de barbárie do auto-intitulado 'califado' foi publicada hoje pelo site do jornal israelense The Jerusalem Post.

Conforme o portal de notícias, "a informação foi originalmente divulgada pelo site de notícias iraquiano 'Alsumaria News'. O grupo extremista teria demolido parte da grande muralha histórica que circulou a cidade de Nínive, capital ancestral do Império Assírio. O relato sobre a destruição do patrimônio histórico foi divulgado pela mídia iraquiana na quinta-feira". O Jerusalem Post acrescenta que "segundo relatos de fontes iraquianas, após a derrubada do 'Portão de Adad', soldados do Estado Islâmico teriam transferido partes do tesouro arqueológico para as áreas ocupadas pelo 'califado' na Síria, onde o material poderia ser vendido para financiar o esforço de guerra do grupo".

De acordo com o Jerusalem Post, o trecho da muralha conhecido como "Portão de Adad" foi nomeado "em homenagem ao antigo deus assírio 'Adad', e foi um dos quinze portões que fizeram parte das fortificações da cidade de Nínive. A grande muralha da capital assíria foi construída por ordens do rei Sennacherib, 700 anos antes de Cristo". Apesar do ato de selvageria contra o patrimônio histórico do Iraque, o jornal informa que "tendo em consideração relatos anteriores a respeito da intenção do movimento salafista para a demolição completa, com uso de bombas, de toda a muralha de Nínive, a decisão de destruir apenas o 'Portão de Adad' indica que o Estado Islâmico pode estar sendo gravemente enfraquecido, como resultado da campanha liderada pelos Estados Unidos para liberar a cidade de Mossul. O ISIS havia lançado ameaças de explodir toda a estrutura, caso o exército iraquiano fizesse alguma campanha para liberar a região das tropas do 'califado'".

O site jornalístico israelense afirma: "não é a primeira vez que o Estado Islâmico promove ações similares contra a muralha histórica da cidade de Nínive: em janeiro do ano passado, a organização terrorista explodiu grandes partes do sítio arqueológico das fortificações da capital assíria na localidade de al-Tahrir [ao norte de Mossul]". As ações do Estado Islâmico contra sítios arqueológicos fazem parte de um esforço do movimento terrorista para varrer o passado pré-maometano dos povos do Oriente Médio - no Afeganistão, o grupo Talibã cometeu crimes similares contra a herança cultural budista do país centro-asiático.

Em 2015, o grupo Estado Islâmico explodiu o sítio arqueológico do "Templo de Baalshamin", na região da cidade histórica de Palmira, na Síria. Em fevereiro do mesmo ano, o ISIS cometeu o crime contra patrimônios históricos do Iraque que ficou conhecido como "a destruição dos artefatos do Museu de Mossul" - o movimento extremista filmou os atos de barbárie e utilizou as imagens para produzir vídeos de propaganda.

Reportagem da rede de televisão CNN - imagens da destruição do sítio arqueológico de Nimrud e do Museu de Mossul, no Iraque:



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