A República Islâmica do Irã está ameaçando abandonar as negociações sobre seu programa nuclear - o regime extremista fez a advertência a respeito da possibilidade de abandonar o diálogo após realizar lançamento-teste de míssil balístico na terça-feira - o teste da arma foi feito em desrespeito às determinações do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Através do uso de mísseis balísticos, o governo dos aiatolás poderá ser capaz de usar ogivas nucleares contra alvos a grandes distâncias - a disponibilidade dessas armas para o país gera grande preocupação em Israel e na Arábia Saudita, país muçulmano que é o principal rival do Irã na região. A notícia sobre a nova postura do Estado fundamentalista foi divulgada pelo site jornalístico Breitbart, hoje.
Ali Khamenei: líder iraniano continua programa de desenvolvimento de mísseis balísticos Imagem: ABC News |
De acordo com o site de notícias, "o aviso sobre a possibilidade de distanciamento das discusssões sobre o programa nuclear foi dado poucas horas após a quebra da determinação do Conselho de Segurança que proibia o teste de mísseis balísticos. O regime havia concordado com o acordo sobre o desenvolvimento de tecnologia atômica em julho do ano passado". Abbas Araqchi, representante da república islâmica, afirmou que "se nossos interesses não forem respeitados sob o acordo nuclear, não haverá razões para que continuemos nos diálogos. O que nos faz respeitar o acordo é precisamente o nosso interesse nacional". Os comentários do integrante do governo extremista foram divulgados poucas horas após o desrespeito à proibição de testes com as armas capazes de transportar ogivas atômicas.
Segundo o veículo de comunicação norte-americano, a atitude do governo iraniano tem precedentes - em novembro do ano passado, o presidente Hassan Rouhani fez declarações similares, nas quais sugeriu que a teocracia abandonaria os acordos sobre o desenvolvimento de tecnologia com potencial para desenvolvimento de armas de destruição em massa.
Sobre a atual crise, a agência de notícias Associated Press informou que o Irã realizou os testes com mísseis balísticos durante exercícios militares. A demonstração foi conduzida pela "Guarda Revolucionária" da república islâmica. O primeiro teste com armas similares foi realizado em outubro do ano passado, onde, assim como na situação atual, o regime teocrático violou acordos internacionais e provocou o estabelecimento de novas sanções pelo governo dos Estados Unidos. As medidas de restrição da atividade econômica do sistema dos aiatolás são impostas para desencorajar o desenvolvimento de armas que possam ser usadas contra o Estado de Israel - o Irã já fez ameaças de ataques contra o aliado dos EUA no Levante e fornece apoio financeiro e bélico a organizações como o Hezbollah, que têm como objetivo declarado "varrer Israel do mapa".
Ainda conforme o site jornalístico Breitbart, novas sanções econômicas poderão seguir os atuais testes. Em resposta às críticas feitas pelo Ocidente, Abbas Araqchi teria dito que "os outros participantes nos diálogos sobre o programa nuclear podem violar os termos do acordo a qualquer momento. Todavia, eles sabem que decisões desse tipo terão consequências". O portal alega que "os mísseis balísticos iranianos possuem um alcance de 2.000 quilômetros - distância mais do que suficiente para atingir alvos em Israel ou para alcançar bases militares americanas de importância, na região.
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