Conforme notícia disponibilizada pelo jornal israelense The Jerusalem Post, as forças de segurança da Bélgica pediram que a população de religião judaica evite as festividades de Purim (comemoração histórica da salvação dos judeus persas de uma tentativa de extermínio, sob o reinado de Xerxes I). A polícia recomendou que não sejam utilizadas as máscaras típicas do feriado, fogos de artifício ou qualquer tipo de manifestação pública que permita a identificação de pessoas de fé mosaica, para evitar ataques por parte do movimento extremista Estado Islâmico. O Jerusalem Post publicou a reportagem sobre a medida de segurança hoje - a medida tomada pelo Estado belga foi aceita como estratégia de proteção pela comunidade israelita do país francófono.
Polícia teme ações antissemitas do ISIS Imagem: Daily Mail |
Ainda segundo a matéria veiculada no Jerusalem Post, "o Jewish Crisis Management Team ['grupo de gerenciamento de crises judaicas'] da cidade de Antuérpia pediu que a comunidade adote essas regras. A organização declarou que os próximos três dias serão de luto, com a proibição de festividades ou quaisquer eventos de natureza religiosa em público". As regras foram definidas para o público potencialmente visado pelo extremismo salafista em uma comunicação oficial à imprensa do Alto Comissário da Polícia de Antuérpia, como uma das medidas preventivas adotadas após o massacre realizado por militantes do ISIS.
A reportagem do site jornalístico israelense informa que "segundo a comunicação oficial à imprensa, em decorrência da grave crise de segurança na Bélgica, a polícia pediu aos judeus que evitem o uso das máscaras do festival de Purim em locais públicos. Os oficiais das forças de segurança também pediram que os pais evitem que seus filhos andem com quaisquer armas de brinquedo. Ao mesmo tempo, a polícia solicitou que não sejam usados fogos de artifício, ou quaisquer outros itens capazes de fazer sons altos, similares a explosões". Para representantes do Jewish Crisis Management Team, "com a polícia e o exército em estado de alerta máximo, todas as recomendações devem ser seguidas com seriedade, e o desrespeito a essas regras poderá causar confusões ou até mesmo ser potencialmente perigoso".
O grupo acrescentou que "quaisquer atos religiosos em público devem ser evitados. Isso inclui marchas, decoração em veículos, festas ou música nas ruas. A polícia auxiliará no cumprimento dessas normas". De acordo com o Jerusalem Post, "a comunidade israelita de Bruxelas estava se preparando para o festival de Purim há semanas, e havia organizado a realização de dois grandes eventos, que tiveram de ser cancelados em decorrência dos ataques extremistas".
O Rabino Menachem Margolin afirmou, sobre a tragédia e as medidas de prevenção de ataques sectários, que "a comunidade israelita em Bruxelas e no resto da Europa está em choque, mas não surpresa. Era apenas questão de tempo até que mais um atentado desse gênero ocorresse. O governo elevou o nível de alerta, e com razão - há muitas pessoas de fé mosaica aqui. Nós chegados a evacuar as escolas judaicas, por medo de mais violência. Os ataques não foram especificamente contra os judeus, mas todos os cidadãos europeus estão se acostumando com a nova realidade. Deus está nos protegendo até agora, e nós estamos fazendo o que está ao nosso alcance para salvar vidas".
O grupo Estado Islâmico foi responsável pelo ataque ao supermercado judaico Hypercacher, e, durante o início das derrotas que levaram à perda de 20% do território do "califado" na Síria, a organização salafista ameaçou o povo judeu de "extermínio". O Estado Islâmico também é acusado de ser um dos principais colaboradores do grupo antissemita Hamas em operações de tráfico de armas no norte do Egito.
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