sábado, 26 de março de 2016

Especialista afirma que mísseis balísticos da Coreia do Norte podem alcançar território continental dos Estados Unidos

Na opinião de Gordon Chang, dissidente chinês e estudioso especialista na política e na economia dos países comunistas do extremo-oriente, o regime socialista chefiado por Kim Jong-Un já possui a capacidade de atingir alvos localizados no território continental dos Estados Unidos com mísseis balísticos. A análise feita por Chang reforça a seriedade do aviso de especialistas de organizações de inteligência dos EUA, que acreditam que o regime já pode fabricar ogivas nucleares em variadas proporções, o que facilitaria ataques contra a principal potência ocidental e seus aliados. A avaliação de Gordon Chang foi divulgada hoje pelo veículo de comunicação norte-americano World Net Daily.
Imagem: ABC News

Chang afirma que "o que desperta a preocupação de todos os que estudam as ações do regime norte-coreano são os testes com mísseis balísticos. O país de Kim Jong-Un possui ao menos dois sistemas que são capazes de alcançar 48 estados dos EUA. Tendo em consideração este problema, nós - e as forças armadas do país - precisamos eventualmente ficar preocupados, se não já deveríamos estar seriamente atentos para as movimentações do país comunista. Eles podem já ser capazes de utilizar com efetividade essas ogivas nucleares nos mísseis balísticos e, dessa forma, podem muito bem estarem em condições de conduzir um ataque contra o território americano".

Para o editorial do WND, as tensões com o país controlado por Kim Jong-Un representam mais um desafio internacional relevante para a administração Obama, atingida por inúmeras críticas a sua incapacidade de conter a atividade dos militantes do ISIS, por sua insuficiência em ações para deter atentados terroristas em território americano ou em países aliados - através de operações de inteligência - ou ainda por sua recente aproximação com Cuba, vista como um ato de traição por parte significativa do eleitorado. Segundo a reportagem, "com o mundo focado no ataque terrorista contra a Bélgica e a intensificação da campanha presidencial, os testes de mísseis balísticos feitos pela 'República Democrática Popular da Coreia' e a detenção de um estudante americano pelo regime comunista devem ser vistos como desafios e ameaças maiores contra os Estados Unidos".

Ainda de acordo com o WND, "há poucos dias o país socialista testou inúmeros mísseis balísticos supostamente desenhados para 'ameaçar países vizinhos', e ainda condenou Otto Warmbier, estudante americano da Universidade da Virgínia, a quinze anos de trabalhos forçados, como forma de provocação ao governo americano". A prisão do estudante teria sido motivada, conforme versão oficial do regime comunista, pela destruição de pôster de propaganda contendo a efígie de Kim Jong-Un. "Os testes com os mísseis intercontinentais foram realizados pouco depois de uma declaração oficial do ditador socialista - no discurso, o líder do sistema totalitário afirmou que 'as armas nucleares devem estar prontas para uso a qualquer tempo'".

Na análise de Gordon Chang, "Kim Jong-Un continuará a fazer provocações desse tipo, e poderá até mesmo dizer coisas mais absurdas, como sugerir que irá 'incinerar manhattan', o que ele de fato fez há quatro ou cinco dias. O objetivo do ditador é mudar sua posição internacional" - para Chang, o líder comunista tem por objetivo usar as armas nucleares como ferramentas de chantagem para obtenção de recursos, incluindo grãos ou investimentos, da comunidade internacional. O estudioso acredita que a única resposta possível para o governo totalitário é a imposição de sanções mais severas, capazes de colocar a liderança de joelhos: "o que o governo dos Estados Unidos precisa fazer não é apenas impor sanções, mas realmente levá-las a sério e não ajudar o sistema da DPRK". Ele argumenta que "já existe um conjunto amplo de sanções, mas elas precisam ser levadas a sério pela comunidade internacional, inclusive pela China, que também deve ser punida por colaborar com Kim Jong-Un".

Gordon Chang também afirma que os Estados Unidos podem explorar as fraquezas internas do regime norte-coreano, que enfrenta disputas de poder dentro do partido dominante, o "Partido dos Trabalhadores da Coreia". Na opinião do comentarista, as recentes execuções de importantes generais do exército de Kim Jong-Un demonstram que há grupos disputando o controle da nação com a dinastia fundada pelo avô do atual ditador, e estes indivíduos dentro do sistema podem ser usados para desestabilizá-lo.

O totalitarismo norte-coreano é acusado pela ONU de manter um vasto sistema de campos de concentração, no qual até mesmo famílias de opositores do governo são mantidas, geração após geração, em um sistema de castas que impõe a escravidão conforme a "casta" de nascimento: indivíduos nascidos em famílias identificadas com a antiga "burguesia" são condenadas a trabalhos forçados, até a morte. O país também sofre com severas crises de abastecimento e fome - apenas na "grande fome" da década de 1990, pouco após o colapso do comunismo na Europa Oriental, mais de dois milhões de cidadãos da "coreia popular" morreram por inanição. O país se sustenta, em grande medida, através da ajuda da comunidade internacional, conseguida pela chantagem feita com ameaça de uso de armas nucleares.

Vídeo - reportagem do Wall Street Journal sobre teste norte-coreano com mísseis de médio alcance:

Vídeo - menina que escapou da Coreia do Norte descreve o horror da vida sob o regime comunista:




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