sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Cubano usa programa "mais médicos" em fuga para os Estados Unidos

O médico cubano Jesus Brito Vargas utilizou o programa "mais médicos", do governo federal, para desertar do regime comunista de Raúl Castro. O profissional de saúde fugiu para Miami - em sua carta de despedida, Jesus afirmou que não voltaria para o país socialista em decorrência da "situação econômica". Ao total, mais de cinco mil médicos já fugiram através dos programas realizados pelo Estado comunista em países aliados - a maioria dos profissionais alegam, como motivo para a deserção, os graves problemas econômicos e as violações aos direitos humanos praticados pelo sistema socialista.

Jesus Brito vargas trabalhava há dois anos no Programa de Saúde da Família, na cidade de Pongaí, no interior de São Paulo. A fuga do profissional foi descoberta por colegas de trabalho do jovem cubano, que encontraram uma carta onde o rapaz esclarecia os motivos de sua decisão e agradecia aos mesmos pela colaboração no serviço, à prefeitura da cidade e a todos os pacientes que audou a tratar, enquanto permaneceu no Brasil. Jesus afirmou, em sua carta, que iria "tentar a vida nos Estados Unidos" - o jovem ainda disse que iria para a cidade de Miami, que concentra a maior população de dissidentes cubanos na potência capitalista. Outros médicos que fugiram de cuba através do programa do governo brasileiro escolheram o mesmo destino, como Dianelys San Roman Parrado, que desertou para os Estados Unidos em março de 2015.

O programa "mais médicos", implantado pela ex-presidente Dilma Rousseff, foi duramente criticado pelas condições de trabalho dos médicos cubanos e pelo financiamento à ditadura comunista de Fidel e Raúl Castro. A maior parte dos pagamentos que seriam destinados aos médicos foram repassados ao regime totalitário, que também mantinha familiares ou mesmo cônjuges dos profissionais como reféns no país caribenho. A oposição ainda acusou o país socialista de utilizar oficiais das forças de segurança, na condição de "assistentes", para o controle das movimentações dos profissionais, de modo que os médicos fossem intimidados a não optarem pela deserção. Cuba realiza ações similares na Venezuela, onde também possui conselheiros militares em atividade.

Desde o colapso da União Soviética, o regime cubano sofre com uma grave crise de abastecimento, que impede o acesso da população aos itens mais básicos, como o papel higiênico. A alimentação também é dificultada, e organizada através de um sistema de racionamento. O Estado comunista cubano é acusado por organizações não-governamentais de violações sistemáticas dos direitos humanos de dissidentes políticos, que vão de detenções em campos de concentração (do sistema UMAP) até execuções.

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