A proposta de Renan Calheiros para votação das "dez medidas contra a corrupção" em regime de urgência foi descartada - todavia, segundo a jornalista Joice Hasselmann, ainda é necessário que o Senado destrua o que ela descreve como "golpe", praticado pelos parlamentares que distorceram a lei. As medidas originais iriam alcançar boa parte dos delitos cometidos pela classe política brasileira, incluindo o enriquecimento ilícito, o uso de recursos oriundos de corrupção em partidos e possibilitaria que a justiça confiscasse bens provenientes de corrupção, que estivessem sob propriedade dos investigados. Após a deformação do projeto de lei original, alguns integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato chegaram a ameaçar a demissão voluntária, em caso de aprovação do pacote que passou a ser chamado de "dez medidas a favor da corrupção".
Hasselmann afirma que Temer poderá sofrer politicamente, caso aprove as medidas defendidas por Calheiros Imagem: R7 |
A colunista publicou vídeo em seu canal oficial no site Youtube sobre o tema. Conforme Hasselmann, "a manobra articulada por Renan Calheiros tentou impor a tramitação e aprovação da lei que um dia foi o projeto das 'medidas contra a corrupção', mas que se tornou, após a deformação praticada pelos parlamentares, um abuso de autoridade e uma ferramenta que permitiria que políticos corruptos perseguissem integrantes do Judiciário. Muitos senadores se recusaram a apoiar a manobra e a votar um projeto que tinha acabado de ser enviado à casa". Críticos do líder do Senado afirmam que Calheiros tenta aprovar as "medidas a favor da corrupção" porque ele mesmo deverá enfrentar julgamento, no dia primeiro de dezembro, pelos crimes de peculato e falsidade ideológica.
Ainda de acordo com a jornalista, "muitos senadores concluíram que 'é preciso ouvir a voz das ruas. Se isso for aprovado pelo presidente da república, ele irá enfrentar a reação da população. O presidente deverá vetar esse projeto ou haverá uma revolta absoluta do povo'". Na avaliação de Hasselmann, os senadores também foram influenciados pela possibilidade de manifestações populares no dia 4 - a onda de manifestações de massa, intensificada no início deste ano, levou ao processo de impeachment e derrubada do governo de Dilma Rousseff.
Joice Hasselmann destaca que, mesmo com grande insistência de Renan Calheiros para a aprovação das "medidas a favor da corrupção", os senadores se recusaram a aprovar a votação em regime de urgência. A decisão, na opinião da colunista, se deve à pressão popular, que, para a classe política, manifesta revolta contra os deputados que aprovaram o pacote de medidas de proteção a envolvidos em escândalos de corrupção.
Veja na íntegra - Joice Hasselmann comenta manobra de Renan Calheiros para aprovar as "medidas a favor da corrupção":
Joice, voce tera o meu voto e da minha familia.
ResponderExcluirExcelente candidata, excelente jornalista
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