quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Lorenzoni - "deformação das 'dez medidas' é divórcio entre parlamento e sociedade brasileira"

Críticos à postura da Câmara qualificaram as mudanças no projeto das "dez medidas contra a corrupção" como um "divórcio entre o parlamento e a sociedade brasileira". Onyx Lorenzoni, deputado federal, e outros parlamentares, como o senador Cristovam Buarque, os deputados Jair e Eduardo Bolsonaro também denunciaram as alterações como uma forma de favorecer políticos corruptos e uma decisão que poderá provocar revoltas populares. Conforme o representante do DEM, "foi um momento triste, em que os políticos decidiram cuidar mais 'de seu umbigo' do que do interesse público.

Na opinião de Lorenzoni, as mudanças nas dez medidas foram um tipo de "vingança" da classe política contra os representantes das forças de segurança e do Judiciário que trabalham na Operação Lava Jato. Ele declara: "foi o dia da 'vendetta'. Foi o dia da vingança contra os promotores da Lava Jato, contra o juiz Sérgio Moro, contra os juízes em geral. Deveria ser o momento em que a Câmara se aproximaria dos interesses da sociedade, oferecendo uma resposta positiva. Mutilar a proposta foi algo que passou dos limites, e acho que se abriu um fosso entre a Câmara e a sociedade brasileira. Ninguém vai conseguir desfazer essa agressão, nessa legislatura". 

O projeto original das "dez medidas contra a corrupção" iria criminalizar o enriquecimento ilícito de integrantes da classe política, o uso de recursos oriundos de corrupção por partidos políticos e iria autorizar o confisco dos bens de políticos corruptos, desde que provado que esses bens tivessem origem em sistemas de beneficiamento ilegais, como os estabelecidos entre o último governo e as grandes empreiteiras - esquemas dessa natureza levaram às prisões de dirigentes de algumas das maiores construtoras do Brasil, e serviram como uma das justificativas na campanha a favor do processo de impeachment. As alterações feitas nas medidas pela Câmara excluem os crimes que seriam definidos, e abre a possibilidade de perseguição, fomentada por indivíduos partícipes de escândalos de corrupção, contra juízes que os investiguem. Integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato afirmaram que pedirão renúncia de seus cargos, caso as modificações nas dez medidas contra a corrupção sejam transformadas em lei.

Senadores criticaram severamente a aprovação das alterações pela Câmara, e ressaltaram que a decisão pode "trazer consequências graves para os políticos que apoiaram essa manobra". Para os parlamentares que deverão encaminhar o projeto à Presidência, "a aprovação das medidas, com as alterações, fará com que os políticos não possam sair às ruas [como consequência da revolta popular]." Não obstante, Renan Calheiros, líder do Senado, defende as alterações - o político alagoano também é acusado de participação em um esquema de corrupção.

Reportagem da Rádio Jovem Pan - conforme Lorenzoni, alterações são "divórcio" entre classe política e população brasileira:


Mais sobre o tema - Jair Bolsonaro afirma que projeto é tentativa de parar Operação Lava Jato:




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