segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Cubanos afirmam que "Fidel Castro foi um ditador assassino"

Por ocasião da morte do ditador Fidel Castro, cubanos foram entrevistados nas ruas de Havana a respeito da situação de Cuba e das ações cometidas pelo líder falecido - o jornalista Yusnaby Pérez divulgou alguns dos depoimentos de seus conterrâneos, que têm coragem de criticar o regime comunista responsável pela morte de mais de dezenas de milhares de pessoas. Os entrevistados afirmam que Fidel "jogou o país na miséria" e que o ex-comandante foi um "tirano".

Na reportagem de Yusnaby, um dos cubanos afirma: "este é um momento pelo qual muitos de nós esperamos por muito tempo. Ele foi certamente um tirano". Outro entrevistado afirma que Fidel Castro foi um homem "muito perverso. Foi um ditador assassino". Um terceiro afirma, sobre o sentimento geral do povo cubano: "estávamos esperando a morte dele. O dia de hoje [a última sexta-feira, o dia em que o ditador morreu] é o dia mais feliz da minha vida, em muito tempo". A morte de Fidel Castro é apontada por alguns analistas como um momento em que surge a possibilidade de gradual melhorias no regime, uma vez que o líder representava a facção "stalinista" do partido dominante. Castro era apontado como a principal razão para a relutância do sistema totalitário em acelerar reformas econômicas que poderiam melhorar as condições de vida no país caribenho.

Conforme o escritor cubano Carlos Moore, o regime comunista criado por Fidel Castro é "racista e genocida". O autor - que foi forçado a fugir da ilha em decorrência da perseguição promovida pelo regime - afirma que Fidel Castro "jogou milhares e milhares de pessoas em campos de concentração", na campana promovida pelo regime comunista para a erradicação das práticas religiosas dos povos de origem negra. Moore acrescenta: "milhares foram executados nos campos de concentração".

Depois da criação do regime comunista, Fidel Castro estabeleceu uma rede de campos de concentração conhecida como UMAP, ou "Unidades Militares de Assistência à Produção". Através dos campos, o sistema socialista conseguiu uma fonte de mão de obra escrava e uma ferramente para silenciar opositores políticos, integrantes de classes sociais perseguidas pelo partido único ou membros de grupos religiosos considerados "hostis" pelo regime. Os campos de concentração também são utilizados para encarcerar integrantes de organizações de militância por direitos básicos da população, como as mulheres de branco, que defendem melhores condições de vida para os prisioneiros.

De acordo com os escritores cubanos Clàudia Pujol e Carles Llorens, o sistema comunista de Fidel Castro foi responsável pelas mortes de mais de 80.000 pessoas: cerca de 20.000 foram executadas e a grande maioria morreu sob condições severas nos trabalhos forçado ou em tentativas de escapar do país.

Confira na íntegra as entrevistas obtidas por Yusnaby Pérez:


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