segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Jeffrey Nyquist - "Ações da Rússia são de país que se prepara para a guerra"

O analista político norte-americano Jeffrey Nyquist concedeu entrevista ao canal Terça Livre para discutir as atuais tensões militares entre os governos dos Estados Unidos e da Rússia - de acordo com o cientista político, as movimentações de tropas e da frota do norte da Federação Russa, assim como as mensagens divulgadas pelo regime de Vladimir Putin deixam clara a intensão de iniciar um conflito com a maior potência ocidental pelo controle da Síria. Nyquist argumenta que o regime russo pode entender um ataque ao governo de Assad como uma agressão direta, o que justificaria ações militares diretas contras forças dos Estados Unidos, que, na opinião do avaliador, não estão em condições de resistir em um confronto direto contra o regime "eurasiano" e seus aliados.

Jeffrey Nyquist destaca que a Rússia já avisou, em inúmeras ocasiões, que o conflito sírio pode levar a um embate direto com os Estados Unidos - Vladimir Zhirinovski, vice-presidente do parlamento russo e aliado de Putin, afirmou que "os americanos devem escolher entre eleger Donald Trump ou eleger Hillary Clinton e enfrentar uma guerra nuclear contra a Rússia". O governo da Federação Russa entende as ações de Obama, Hillary Clinton e da chefia do Partido Democrata como desafios aos interesses externos do país eurasiático. Entre as principais críticas feitas pelo governo de Putin às movimentações militares americanas estão as declarações sobre o posicionamento em massa de tropas da OTAN nos países vizinhos da Rússia, como no Báltico, sobre o fornecimento de apoio militar ao governo ucraniano e sobre o fornecimento de armas a tropas inimigas de Bashar al-Assad. 

Nyquist destaca que, ao mesmo tempo em que a administração democrata provoca o governo inimigo, Obama promove um sistemático desmantelamento das capacidades de defesa dos Estados Unidos, o que, para o analista, constitui "verdadeiro ato de traição". Na opinião de Jeffrey Nyquist, o governo americano tem negligenciado completamente suas capacidades de defesa contra mísseis balísticos capazes de transportar ogivas nucleares, enquanto a Federação Russa manteve intactos seus programas de defesa e de criação de armas atômicas. Na avaliação do cientista político, "não é possível assumir que a Rússia tenha desistido de intenções bélicas, ao se analisar a quantidade de esforços empreendidos no desenvolvimento de tecnologia militar, mesmo após 1991".

De acordo com a agência de notícias AFP, os veículos de comunicação oficiais da Rússia já estão divulgando notícias sobre o início iminente de um conflito militar contra os Estados Unidos. A causa apontada para a guerra é a situação na Síria, que ainda é considerada uma aliada histórica do governo de Vladimir Putin. Enquanto a Rússia e o Irã apoiam Bashar al-Assad, os Estados Unidos se posicionam ao lado das forças rebeldes e de potências regionais, como a Arábia Saudita, que deseja o fim do governo xiita. Jeffrey Nyquist destaca que a Rússia enviará, nos próximos dias, sua principal frota de guerra para o Mediterrâneo - o porta-aviões "Almirante Kuznetsov" partiu, na última semana, do porto de Murmansk, no ártico, para a Síria, no maior deslocamento das forças armadas russas para a região ao sul desde o fim da União Soviética.

Em vídeo - vice-presidente do parlamento russo afirma que americanos devem escolher entre "eleger Trump ou iniciar uma guerra nuclear":


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