sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Bene Barbosa: "há 12 anos temos o desarmamento, e mesmo assim a criminalidade continua a aumentar"

Bene Barbosa, advogado e presidente do Movimento Viva Brasil - organização que apoia o direito à defesa da população civil, através da posse e porte de armas de fogo -, participou do programa Análise Direta, da Rit TV e fez críticas à atual lei de desarmamento. Na opinião de Barbosa, a existência do "Estatuto do Desarmamento" não conseguiu reduzir as taxas de criminalidade do Brasil, que continuam em trajetória de crescimento e já fazem do país um dos mais perigosos do mundo, com regiões nas quais os números de homicídios por grupo de cem mil habitantes superam os de países em guerra.

Para Bene Barbosa, "apenas no Nordeste, nos últimos dez anos, o número de homicídios com uso de armas de fogo duplicou, desde a criação da lei do desarmamento". O advogado aponta que o principal argumento dos desarmamentistas - o controle da violência urbana - se mostrou falho, e que o desarmamento da população civil apenas transformou o Brasil em um país mais perigoso. Ele acrescenta: "o Nordeste [a região do país onde foram registradas mais entregas de armas à polícia, após a lei] prova que o Estatuto do Desarmamento fracassou. Fracassou completamente. Ele serviu para retirar as armas dos cidadãos que não estão envolvidos com crimes, retirou as armas de proprietários de sítios, que agora são presos até mesmo por possuírem uma espingarda velha em casa. Ao mesmo tempo, os bandidos continuam se abastecendo no mercado ilegal - simplesmente porque os criminosos continuarão a ignorar a lei e a comprar armas de fogo ilegalmente [o que desconstrói o argumento de que o Estatuto do Desarmamento impediria a ação desses indivíduos]".

Entre as mentiras presentes no discurso dos desarmamentistas, na opinião de Bene Barbosa, está a afirmação que sugere que "o Estado quer o bem dos cidadãos". Ele afirma que "historicamente, está comprovado que as coisas não funcionam assim. Se for feita uma análise de todas as ditaduras do mundo, todos os governos autoritários do passado e do presente, é fácil observar que todos esses sistemas repressivos desarmaram suas populações civis. Em todos esses casos, foi apresentada a desculpa de que o Estado 'está aqui para te proteger'. Isso aconteceu na União Soviética, após a tomada do poder pelos comunistas, em 1917, e assim foi também na Alemanha nazista, com a lei de controle de armas imposta por Hitler em 1938 [especificamente redigida contra os judeus, que seriam perseguidos pelo regime totalitário e vitimados no holocausto]".

O presidente do Movimento Viva Brasil destaca que governos autoritários vizinhos, como os da Venezuela e do regime comunista cubano, também aplicam leis de desarmamento da população civil. Bene entende que leis dessa natureza são aplicadas quando "o Estado tem medo da população", em situações nas quais o governo se mostra incapaz ou quando começa a adotar políticas criminosas. O advogado enfatiza que a lei brasileira de desarmamento foi passada "enquanto o esquema de aprovação de leis por meio do pagamento de propinas a parlamentares estava acontecendo livremente. O desarmamento foi votado nos anos do famoso 'mensalão'".

Assista ao comentário de Bene Barbosa sobre o Estatuto do Desarmamento na íntegra:



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