quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Fachin suspende comissão de impeachment

Imagem: UOL
O ministro biônico do STF, Edson Fachin, suspendeu a comissão de impeachment escolhida hoje, que iria avaliar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A suspensão dada pelo ministro, que foi militante do Partido dos Trabalhadores e pediu votos a Dilma Rousseff na eleição de 2010, valerá até que o Supremo Tribunal Federal se pronuncie sobre a lei que definirá o processo de impeachment. Edson Fachin também é famoso por sua militância pela causa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e por sua proximidade com a CUT.

Não é a primeira vez que um ministro do STF ligado ao Partido dos Trabalhadores se pronuncia a favor da legenda - Dias Toffoli, agora no Tribunal Superior Eleitoral, havia tomado decisões favoráveis aos quadros do PT condenados no processo do Mensalão. Dias Toffoli ficou famoso por nunca ter sido capaz de obter uma aprovação em concurso para juíz, mas ainda assim ter conseguido uma nomeação para ministro do mais importante tribunal do Brasil pela presidência petista. O ex-ministro do STF foi advogado do Partido dos Trabalhadores nas campanhas presidenciais de 1998, 2002 e 2006, e, ao tempo de sua nomeação, Toffoli havia sido condenado em casos de licitações ilegais - o que impediria a posse, já que exige-se de ministros do STF a reputação ilibada. As condenações por corrupção ou a falta de experiência jurídica não constituíram obstáculos para que o PT nomeasse Toffoli, assim como a ligação com o partido não impediu a a posse de Fachin no STF.

No presente momento, Edson Fachin retribui o favorecimento salvando o pescoço de Dilma Rousseff da forca, no que pode ser o momento de maior fraqueza em toda a história do partido. A avaliação pelo Supremo deverá ocorrer na próxima quarta-feira. O STF poderá se mostrar a última esperança do governo petista, ainda que este tenha de lidar com uma debandada de aliados, incluindo o vice-presidente e muitos quadros importantes do Partido dos Trabalhadores, incluindo Marta Suplicy e Alessandro Molon, um congresso hostil e uma população enfurecida, na qual mais de 60% dos cidadãos aprovam o impeachment e menos de 10% consideram o governo como "bom". Se há um momento em que o partido precise de sorte, é este.


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