sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Presidente da Petrobras critica última gestão

O atual presidente da Petrobras, Paulo Parente, denunciou a tentativa de "aparelhamento" da estatal pelas últimas administrações - o gestor apontou que existe uma necessidade de urgente "retorno à racionalidade econômica" na administração da empresa. O executivo também comparou a grave crise pela qual a companhia passa com um "tsunami": a Petrobras sofre com severa desvalorização de suas ações e com as investigações da Operação Lava Jato, que revelou desvios de milhões de reais oriundos de recursos da maior empresa do país para financiamento de aliados do último comando do Poder Executivo. Apesar das tentativas de reforma, os investidores estão cautelosos em decorrência da alavancagem feita para tentar salvar a companhia, que contribuiu para o quadro de endividamento da mais importante estatal.

Paulo Parente afirmou que a decisão pelas construções das refinarias em Pernambuco, no Maranhão e no Ceará investigadas na Operação Lava Jato desconsiderou indicadores decisivos para investimentos, e que essa postura "foge à racionalidade econômica". Ao mesmo tempo, o gestor aponta que a última administração valorizou em excesso a descoberta do pré-sal - a avaliação é que os custos necessários para a exploração dos recursos, somados à atual situação de desvalorização internacional do petróleo (também influenciada pela tecnologia de exploração do xisto betuminoso) tornam o principal produto da Petrobras caro demais, em um quadro internacional que prejudica as nações exportadoras desse item.

O administrador afirma que pretende dar mais ênfase aos poços de petróleo mais acessíveis, ao alcance da empresa, observando a tendência de queda no preço do recurso. Parente descreveu a postura anterior como "endeusamento" e "hipervalorização" do pré-sal. Ele entende que há campos de petróleo "excelentes" à disposição da Petrobras, na bacia de campos, por exemplo.

A Petrobras, em um esforço de redução do endividamento, está fazendo diversas vendas de ativos. O obetivo atual é aumentar a confiança dos investidores e controlar a "alavancagem" - a última administração da companhia foi descrita como "estando no mundo na fantasia", e os planos desenhados para a estatal como "não factíveis".

Mais sobre o tema - reportagem da Rádio Jovem Pan sobre a nova gestão da Petrobras:




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