sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Jovens cristãos coptas são condenados a cinco anos de cadeia por fazerem vídeo criticando o extremismo islâmico, no Egito

Quatro estudantes cristãos que haviam sido expulsos de sua escola e que foram levados a julgamento, no começo do mês, por fazer um vídeo criticando a organização terrorista Estado Islâmico, foram condenados a cinco anos de detenção, no Egito. A notícia sobre a perseguição aos jovens havia sido divulgada pela agência Associated Press - o veículo de comunicação, assim como o portal especializado em reportagens sobre o extremismo islâmico Jihad Watch, publicaram o relato sobre a prisão dos rapazes hoje.
Cristãos coptas: comunidade é perseguida pelo governo e por
extremistas ligados ao ISIS e à Irmandade Muçulmana
Imagem: St. Mary and St. Athanasius Coptic Orthodox
Church

Conforme o artigo disponibilizado pela agência, "uma corte no sul do Egito condenou quatro jovens a cinco anos de cadeia pelo delito de 'desprezo' ou 'deboche' contra o Islam, depois de aparecerem em vídeo crítico à religião, simulando a prece da fé corânica". O site Jihad Watch informou que os jovens, no vídeo, "denunciavam a violência da organização Estado Islâmico cometida contra 21 cristãos coptas, que foram decapitados pelos jihadistas na Líbia. Os rapazes aparecem, no vídeo, simulando a oração islâmica, enquanto outro deles imitava, com gestos, as decapitações cometidas pelo grupo".

Segundo a Associated Press, três dos jovens foram enviados a prisões convencionais, e um deles foi encaminhado para uma instituição de detenção de menores, por ter menos de 18 anos. O portal Jihad Watch havia informado, em notícia publicada no último dia 2, que "as famílias dos jovens foram expulsas de suas vilas, e que os jovens foram proibidos de assistirem aulas". Um professor dos rapazes também foi condenado à prisão por ter auxiliado na filmagem do vídeo, que, de acordo com o portal, é uma clara crítica aos atos de barbárie cometidos pelos jihadistas no norte da África, na Síria e no Iraque. A punição às famílias e amigos dos indivíduos persegidos possui "precedente" no país onde a irmandade muçulmana exerce grande influência: em 2012, 27 cristãos coptas foram assassinados, após a demolição de uma igreja, no episódio que ficou conhecido como o "massacre de Maspero".

O advogado responsável por defender os rapazes, Maher Naguib, conforme o artigo veiculado pela AP, declarou que "eles ainda não foram presos e não compareceram ao julgamento. A decisão de punir os jovens com cinco anos de cadeia é inacreditável - a pena normal para casos similares é o pagamento de multa".

A situação dos cristãos egípcios também é denunciada por representantes da minoria copta no parlamento da nação árabe: Tharwat Bukhit, parlamentar cristão, protestou contra o fechmanto de 50 igrejas, coordenado pelo governo, sob a alegação de "ameaças à segurança nacional". Bukhit acusa grupos políticos simpáticos ao extremismo infiltrados no governo de fecharem igrejas através de uma estratégia que envolve estimular protestos violentos - realizados pela maioria da pupulação, que é muçulmana - e interditar os templos dos árabes cristãos, com usando como justificativa o objtetivo de evitar mais violência sectária. Em 2011, no início da revolta conhecida como "Primavera Árabe", na qual grupos extremistas passaram a exercer influência mais expressiva, através da Irmandade Muçulmana, na política do Egito, a minoria cristã protestava contra o fechamento de 43 igrejas - "em 2016", afirma Tharwat Bukhit, "o número de templos proibidos de funcionar chega a 50".
Jovens foram condenados por publicação de vídeo criticando execução de 21 cristãos coptas pela organização Estado Islâmico, na Líbia. Governo egípcio também ordena fechamento de igrejas.
Imagem: CNN





2 comentários :

  1. Até quando os cristãos serão perseguidos sem ter seus direitos reservados seguir sua religião sem ter que viver às escondida, ter Deus no coração mas ao mesmo tempo não pode gritar para os quatro cantos do mundo que é um cristão?

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    1. No Evangelho, Cristo fala do "princípio das dores", o período que antecederia o retorno do Messias. Ele avisou:"Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome e isto vos acontecerá para que deis testemunho", Lucas 21:12-13. "Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome", Mateus 24:9

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